Conceitos

 

A política de comunicação da UFG está pautada em conceitos atuais da área de comunicação, sendo importante explicitá-los para a melhor compreensão das propostas do documento.

A palavra comunicação encontra sua raiz etimológica no termo latino communicatione, uma variante do termo commune (comum), e designa: uma ação em comum; uma participação; um compartilhar de informações, experiências, sensações ou emoções; um agir em e na comunidade. Em suma, comunicação é um processo eminentemente social que, a partir de múltiplas variáveis que coexistem e interagem em mutação permanente, se estende em uma cadeia quase infinita, na qual uma emissão inicia a outra, indefinidamente.

Desse modo, a comunicação cria laços de reciprocidade e solidariedade e configura-se como um fenômeno indispensável para a existência humana como indivíduo e espécie. É sobre o “pôr em comum” da “comunicação” que se assenta a cultura, a sociedade e os próprios indivíduos como seres conscientes, pois possibilita a construção de suas identidades quando do desempenho de seus papéis sociais como membros efetivos e ativos em suas comunidades.


Comunicação pública

Como Instituição pública de ensino, a UFG tem a obrigação de dar transparência aos seus atos administrativos, bem como divulgar sua produção acadêmica, científica, extensionista e cultural e abrir-se ao diálogo com as comunidades em que atua e a sociedade como um todo, buscando sempre aprimorar sua interação com seus públicos interno e externo.

Nesse sentido e considerando a própria missão da Universidade, que é “gerar, sistematizar e socializar o conhecimento e o saber, formando profissionais e indivíduos capazes de promover a transformação e o desenvolvimento da sociedade”, a política de comunicação da UFG está pautada no conceito de comunicação pública, que prioriza o interesse público, da coletividade e da sociedade em detrimento dos interesses individuais e corporativos. Jorge Duarte, um dos estudiosos dessa temática, com experiência profissional na área, destaca que:

Adotam-se como referência, para tratar de Comunicação Pública, conceitos como cidadania, democratização, participação, diálogo, interesse público. Mais poder para a sociedade, menos para os governos; mais comunicação, menos divulgação; mais diálogo e participação, menos dirigismo, são algumas das premissas. A ideia-chave talvez seja a de espírito público, o compromisso de colocar o interesse da sociedade antes da conveniência da empresa, da entidade, do governante, do ator político. O objetivo central é fazer com que a sociedade ajude a melhorar a própria sociedade (Duarte, 2009, p. 5). 

O conceito de comunicação pública está fortemente ligado à ideia de que informação e comunicação são direitos humanos fundamentais e indispensáveis para o fortalecimento da cidadania na atualidade. E, nesse sentido, compreende um conjunto de processos planejados, que têm como finalidade promover uma comunicação participativa, transparente e comprometida com a promoção do bem comum. 


Comunicação interna

No documento da política de comunicação UFG, a comunicação interna caracteriza-se como:

conjunto de ações que a organização coordena com o objetivo de ouvir, informar, mobilizar, educar e manter coesão interna em torno de valores que precisam ser reconhecidos e compartilhados por todos e que podem contribuir para a construção de boa imagem pública” (Curvello, 2009, p. 204).

Os públicos internos são merecedores de atenção estratégica, entre outras razões, por sua responsabilidade sobre o fazer institucional e pelo seu potencial formador de opinião sobre a Instituição. Por isso, manter relação de diálogo e transparência com esses públicos é fundamental. Criadas as oportunidades de diálogo e envolvimento, é necessário estimular a motivação pessoal, a troca de informações e de experiências, a participação, o trabalho integrado, a interlocução entre áreas e setores em busca da construção da imagem institucional.

Kunsch (2003) defende que o público interno é um público multiplicador. Em seu convívio profissional e social, o colaborador será um porta-voz da organização, de forma positiva ou negativa. Tudo dependerá de seu engajamento nela, da credibilidade que ela desperta nele e da confiança que ele tem em seus produtos e serviços. Para a autora mencionada, a comunicação interna permitirá que ele seja bem informado e que a organização antecipe respostas para suas expectativas. Isso ajudará a administrar conflitos e a buscar soluções preventivas.

Dessa forma, conquistar o público interno, tê-lo como aliado, é um desafio para a gestão da comunicação, sobretudo o pessoal do quadro permanente que passa na Instituição boa parte de sua vida. É preciso que haja interesse sobre o que a Instituição representa e como os segmentos internos se sentem nela representados, a relação disso com a motivação, a satisfação e o rendimento das funções no âmbito institucional e os conceitos que têm sobre a Instituição. Assim, realiza-se uma comunicação interna eficiente e evita-se a abertura de brechas à vulnerabilidade das crises.


Comunicação institucional

A comunicação institucional está relacionada à missão, à visão, aos valores e à filosofia da organização (Kunsch, 2003). Nesse sentido, visa a compartilhar os objetivos institucionais com a comunidade universitária de modo que as ações administrativas, acadêmicas, científicas, de extensão, inovação e cultura contemplem a construção de uma identidade coerente com o seu papel social.


Pelas próprias características da Universidade, ela deve promover a divulgação de informações de interesse público, a fim de fortalecer sua imagem e conquistar a legitimidade social.